Timon vive um capítulo decisivo na sua história política. E, se depender das movimentações do prefeito Rafael Brito, a prioridade é clara: a cadeira de Deputado Federal para sua esposa, Dra. Gisele Bezerra. A vice-prefeita Socorro Waquim? Essa parece estar no “modo piloto automático” da atenção do prefeito.
Nos últimos 28 anos, a lógica política da cidade foi simples: cada gestor usava a máquina e sua força para eleger um único nome, seja para Brasília ou para a Assembleia. De Sebastião de Deus a Dinair Veloso, passando por Chico Leitoa e Luciano Leitoa, a “chapa fechada” sempre foi regra. Hoje, essa tradição está ameaçada.
Os números falam por si: dos 21 vereadores da base governista, 19 já declararam apoio à Gisele para Federal. Para a estadual, Socorro Waquim, apenas dois. E para piorar, dentro do próprio grupo de Rafael Brito surgem rivais diretos: o coronel Schneider, incentivado pelo prefeito a disputar vaga estadual, e Leandro Bello, que também faz dobradinha com Gisele.
E a disputa não para aí. Candidatos de fora — como Cláudia Coutinho e Daniela Gentil — têm o apoio de 43% dos vereadores da base de Brito, algo inédito na política timonense e que pode abocanhar até 30% dos votos da cidade. Isso sem contar figuras da oposição, como Dinair Veloso e Luciano Leitoa, que mesmo sem vereadores ainda têm peso eleitoral.
Com um eleitorado estimado em 104 mil pessoas, a matemática é cruel para a vice-prefeita: a projeção aponta que, após a divisão entre candidatos locais e forasteiros, restariam apenas 21 mil votos em disputa. Socorro Waquim, mesmo com o apoio formal de Rafael Brito, terá que lutar contra a falta de empenho do próprio aliado e contra uma máquina que trabalha quase exclusivamente para Gisele.
O cenário é claro: Rafael Brito não repete o modelo de unidade política que marcou seus antecessores. E, se nada mudar, a eleição de 2026 pode registrar um feito inédito — a derrota de uma candidata da gestão para nomes de fora. Resta saber se Socorro vai ampliar seu raio de ação ou cobrar do prefeito a mesma dedicação dada à sua esposa.
Uma coisa é certa: em Timon, a prioridade tem nome, sobrenome e aliança matrimonial — Gisele Bezerra.
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